Para que serve o Evangelho
27 agosto 2007
EVANGELHO: se for apenas para depois da morte, é espiritismo premonitório!
Sim, é espiritismo sem reencarnação e sem mediunidade de contato com humanos mortos.
“Evangelho premonitório” é essa crença que transfere tudo para o além, para o céu.
No espiritismo Kardecista se lê os evangelhos e se diz que Jesus é o espírito de Luz. Mas os problemas de hoje, ou as limitações desta vida, são transferidas para o passado. O espiritismo, portanto, é tudo baseado no passado; num passado que se teria vivido, mesmo que dele não se tenha nenhuma memória.
Já o “Evangelho” que nada realiza hoje, e que transfere tudo para o céu, é espírita premonitório; pois, diferentemente do espiritismo Kardecista, que se alimenta do passado e tem nele suas causas e explicações para os infortúnios desta existência, o “Evangelho” sem vida e sem Boa Nova para Hoje, alimente sua existência das recompensas do céu em contraposição às desgraças desta vida — produzindo não esperança, mas conformismo e alienação.
Ora, conquanto o Evangelho carregue a promessa da Glória Eterna, e que é a razão de nossa esperança —; ele, o Evangelho, se não fizer bem à vida hoje, não é nada; e muito menos a Boa Nova.
No espiritismo Kardecista a esperança de hoje é buscar existir num estado de caridade humana, e, também, de busca de conhecimentos acerca dos modos de se promover o “desenvolvimento espiritual”. No caso, é o caminho para a mediunidade.
Já no “Evangelho” sem Boa Nova para Hoje, o que se diz que é que a garantia de salvação é a fidelidade à freqüência à “igreja”. Isto se a pessoa se segurar e não fizer nada “muito errado”; pois, se fizer, ainda que Deus o perdoe, os discípulos do “Evangelho” sem Boa Nova haverão de se tornar o próprio cumprimento da Lei do Carma; posto que eles não perdoam a ninguém que depois de “iniciado” erre de modo verificável.
Assim, nesse caso, não se paga por erros de uma existência passada, mas de qualquer que seja o passado desta existência —; isto se a pessoa cometer o erro depois do “batismo”; ou seja: depois de ser “membro da igreja”.
Quando, porém, se fala do Evangelho mesmo; não se pode jamais imaginar que alguém possa conhecê-lo e não busque experimentar os benefícios de sua presença viva em si mesmo; ou seja: na existência da própria pessoa.
Mesmo um homem no corredor da morte receberá seu beneficio antes de morrer, se encontrar de verdade o Evangelho, que é Jesus.
O Evangelho de Jesus não é apenas o beneficio da consolação ante a morte!
Não! Se o Evangelho entrar na pessoa, mesmo o Paraíso fica menos importante do que ouvir Jesus dizer: “Hoje mesmo estarás Comigo...”; pois, de fato, não há Paraíso sem Jesus; mas onde Jesus está, aí há Paraíso.
Além disso, tratar o Evangelho apenas como uma promessa para depois da morte, é fazer dele algo tão estranho quanto explicar os infortúnios do presente como sendo o resultado de vidas passadas — conforme faz o espiritismo Kardecista, por exemplo.
Em outras palavras: um Evangelho que seja apenas para depois da morte, é, literalmente, uma explicação espírita da vida, só que invertida; pois se tira a explicação da dor do tempo passado, antes da presente existência, conforme se ensina no Kardecismo; e se projeta a explicação para as dores do presente para as consolações do céu.
O Evangelho de Jesus, todavia, não é nem do passado, nem do porvir, mas do Dia Chamado Hoje.
Assim, o Evangelho não é para o céu, mas para a Terra.
Quem precisa de Boa Nova no céu?
Lá tudo isto já não é. Lá é o cumprimento absoluto de todas as promessas presentes também na Boa Nova.
Mas a grande Boa Nova do Evangelho não é o céu, mas o perdão, a reconciliação, o descanso; a paz, e a eternidade já presente
Aos que se jactam de serem membros disso ou daquilo, ou mesmo de que possuem pedigree espiritual — o Evangelho diz: “E não comeceis a dizer: ‘Temos por pai a Abraão! ’ Pois eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão”.
Pedras filhas de Abraão são preferíveis a discípulos do Evangelho que não o conhecem como Boa Nova para a vida desde Hoje.
Pense nisso!
Nele, que não nos chamou para que a Graça de Deus se torne vã em nossas vidas,
Caio