A guerra dos irmãos e primos: Israel e Palestinos
07 janeiro 2009
Guerra é Guerra, e nunca é boa e nem justa.
Guerra justa é aquela que é assim vista na perspectiva maior, coletiva, política, sempre tendo que haver um agressor perverso, covarde, provocativo, e que deseje acabar com o agredido.
Assim, essa tal guerra é considerada justa em razão de que no plano coletivo e político o agredido está apenas se defendendo de ataques de morte com a morte no ataque. É a tal legítima defesa.
Entretanto, as guerras não são decididas pelas crianças, pelas donas de casa, nem pelos velhos, nem ainda pelos jovens que sonham e amam. Os doentes também não apóiam as guerras, nem ainda os que amam até o inimigo.
Desse modo, tanto agredidos quanto agressores não conhecem nenhuma guerra justa depois que ela começa.
Sim! As guerras são apenas justas conceitualmente, mas, fora da análise, toda guerra é matar, roubar e destruir.
Morre-se dos dois lados do campo de batalha, especialmente quando o campo de batalha é a cidade na qual vivem os que sofrem espremidos entre os ânimos de hiena dos que atacam como quem quer matar e dos que se defendem como quem quer aniquilar o agressor.
Em teoria a situação entre Israel e os Palestinos tem sido objeto de meu avaliar de perto agora por 32 anos, desde quando fui a Israel pela primeira vez, e, depois, dezenas de outras vezes.
De dentro e de perto, olhando sem as lentes dos telejornais e dos comentaristas de redação de jornal, a coisa é bem diferente.
Assim, do ponto de vista da teoria histórica geral, e do que aconteceu de 1948 para cá na região, não resta dúvida de que houve muita boa vontade do governo de Israel e do povo de Israel em favor da solução do problema.
Afinal, como pode haver entendimento se dentro do povo que sofre há os que assumem o terrorismo como meio de guerra ou de solução, sendo que a solução somente aceita a dissolução e o aniquilamento do inimigo?
Entretanto, olhando mais de dentro ainda, de dentro da Faixa de Gaza, então, não se pode ver os ataques dos terroristas, mas apenas o choro das mães, dos pais e das crianças; e isto é perverso sempre.
Assim, um conceito que tem sua fundamentação ampla nos fatos históricos pode, pela ação excessiva, tornar-se tão perverso quanto aquilo que se pretende combater, pois, afinal, os fins não justificam os meios nunca.
Temos de um lado um grupo de fanáticos loucos, agindo de modo suicida e terrorista, atacando inconsequentemente a outra população, e, assim, covardemente, usando o povo Palestino como escudo humano ante os ataques que fazem, pois, assim fazendo, não há como a mídia do mundo não vir a atacar as ações de Israel.
De outro lado temos uma população que não quer a guerra, a de Israel, que deseja um termo de conciliação com os Palestinos, mas que não aceita mais ver os acordos sendo transigidos de modo unilateral há anos.
Entretanto, a ação do exército de Israel, sendo hoje um dos quatro mais fortes da Terra, sempre será covarde do ponto de vista de quem sofre em razão das ações de outros.
Os terroristas palestinos são os que agem com a agenda do ódio de antigas vinganças e desejos de solução aniquilante em relação a Israel.
Portanto, o que digo é que de ambos os lados, entre a população, o que há é dor e medo, ao mesmo tempo em que a desesperança vai tomando conta, em razão de inúmeras tentativas violadas pela agenda do terror.
A única coisa a fazer é orar pela Paz!
O que mais você fará?
Tornar-se-á o acusador do que você nem conhece? Ou você pensa que sabe de alguma coisa apenas porque lê esses jornaizinhos que você lê?
Se você conhecesse profunda e desapaixonadamente a questão, saiba: você estaria apenas orando em silêncio.
Caio
6 de janeiro de 2009