Um credo caminhante: CRUZ-CREDO!

18 novembro 2008

Cruz-Credo!



Gente amada,

No Caminho da Graça, de vez em quando, aparece gente se queixando que eu não ensino "doutrina" em Santos, que o Caio não estabelece um "Credo". Eles querem dizer que não enfatizamos os dogmas e sistemas que distinguem uma igreja de outra... Mais ou menos isso.

Ora, continuaremos sem o fazer, senão quando houver oportunidade especial, gerada pela necessidade urgente dado alguma perversão presente, tipo: Jesus já voltou, Jesus não voltará, Jesus voltará antes, Jesus voltará depois, Jesus recolheu os dons, Jesus manifesta os dons, Jesus predestina, Jesus deixa que nós decidamos, Jesus manda pro inferno, Jesus tira do inferno, a gente dorme (descansa) quando morre, ou a gente salta da morte para o colo do Pai, e por aí vai...

Bom, se o essencial estivesse assentado como verdade Absoluta no coração de quem crê, a gente ia se divertir articulando normatizações, pinçando
os elementos periféricos
mais palatáveis no vasto cardápio de possibilidades doutrinárias... Self-service... Seria como ir no Subway e montar o próprio sanduíche, como a "igreja" faz, misturando ingredientes onde um anula o gosto do outro, quase sempre! Tipo assim: Salvo pela? Graça. Santificado pelo? Mérito.

Vai entender!

Quanto a nós, enquanto a perversão for aquela que se refere a própria pregação da BOA NOTÍCIA DA RECONCILIAÇÃO E DO PERDÃO, o que faremos sem cansar é pregar a BOA NOTÍCIA DA RECONCILIAÇÃO E DO PERDÃO.

O que há é a pregação do FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS.

Agora, me digam: Para que serve ensinar as doutrinas periféricas que acrescentam conhecimento à "intelectualidade espirituóide", se a mais premente necessidade é responder à perversão do que é básico, fundamental e essencial, pilares sem os quais nada se constrói.

Imagina ensinar teologia a quem não conhece nem a si mesmo, e pretende ainda assim, conhecer a Deus... em fragmentos.

Se não se conhece nem a Cristo, e Esse crucificado; como se conhecerá a Jesus Glorificado? Um "credo" Caminhante? "CRUZ-Credo!" Meu credo é a Cruz, onde fui crucificado com Cristo, e a vida que eu vivo, vivo-a pela FÉ no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim!

Do contrário, quem começar do fim, acabará assim: Deus em fragmentos, gente fragmentada.

É como pensar na decoração das paredes numa casa que não tinha teto e não tinha chão. Esse é o Cristianismo de nossos dias: quer deliberar sobre o aborto, sobre a inclusão do homossexual, sobre os tipos de batismos, sobre o destino eterno dos orientais, sobre a crise econômica e sua sombra apocalíptica, e não se enxerga a si própria perdida do ESSENCIAL.

No Caminho da Graça não se ensina a SABER. Ensina-se/aprende-se a CONFIAR.

Quem confia, saberá.

Quem sabe, deve saber também como convém saber; posto que o saber acadêmico-espiritual raramente gera confiança e convicção de fé, e quase sempre realiza o contrário na "alma sábia": presunção e arrogância.

Por isso, caros amigos, não se preocupem. Enquanto o fundamento dos apóstolos e a chave de interpretação em Cristo não for o chão teológico da caminhada e enquanto o Caminho de Deus encarnado não for nosso caminho mais excelente, de amor devotado ao próximo... Nada poderemos fazer quanto a um "credo caminhante".

Credos são para religiões.

No Evangelho não há credos! Nem crenças! Nem créditos!

Crê somente!

Daí, um monte de perguntas sem respostas ficam respondidas; não pela assimilação da resposta exata, mas pela dissipação da pergunta. Você vai procurar aquela questão tão aflitiva por tantos anos (tipo: por que sofremos?), e quando percebe ela dissipou-se, evaporou-se, desocupou o peito, des-encucou a mente... Já era!

Calvinistas? Arminianos? Ecumênicos? Universalistas? Liberais? Reformados? Místicos? Pré-tribulacionistas? Pós? Trans? Amilenistas? A Terra "enrolada como papel, destruída pelo fogo"? Ou a Terra restaurada para herança dos mansos? A Bíblia é? A Bíblia contém? A Bíblia não tem?

Ah! Meus irmãos... Quem não confia no Amor, desconfia que Deus não saberá o que fazer se nós não o orientarmos detalhadamente. Quem confia no Amor tanto pode ser arrebatado desse mundo como ficar até o instante final, onde a coisa vai ficar tão feia, que se não fosse abreviada nem os eleitos se salvariam!

Os eleitos não se salvariam se a salvação não os tivesse elegido!

Quem entende isso?

Deixa pra lá...meu irmão!

Há Deus sobre a História!

Quanto a ti, vai e segue-O! E aí "onde Eu estiver, estareis vós também!"

Louvado seja o Senhor!

Na mesma Graça,

Marcelo Quintela

Santos/SP


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----- Original Message -----
From: J. E. Almeida
To: fraternidadenocaminho; mentoresdocaminho
Cc: caminhoemsantos
Sent: Sunday, November 16, 2008 5:51 PM
Subject: [fraternidade] Re: UM "CREDO" CAMINHANTE?

Marcelo,

Por que você não diz: "Como ensinar aquilo de que eu não conheço, e portanto eu não entendo?!"

Essa sua alegação de "senão quando houver oportunidade especial", é típica de time que entra em campo sem treinar. Será que pelo simples fato de já aparecer "gente se queixando", não estaria aí um sintoma e, portanto, a tal "oportunidade especial"?

Por fim, toda vez que leio alguma crítica sua às igrejas evangélicas, fico com a impressão de que você guarda deles alguma mágoa e não consegue perdoá-los. Apesar de você dizer que prega "a boa noticia da reconciliação e do perdão".

Pare e Pense.

E.


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-----Mensagem original-----
De: fraternidadenocaminho [mailto:fraternidadenocaminho]
Enviada em: terça-feira, 18 de novembro de 2008 14:45
Para: fraternidadenocaminho
Assunto: [fraternidade] Re: UM "CREDO" CAMINHANTE?

Marcelo,

Suas palavras sobre "Credo" me serviram de testemunho de um fato pessoal: Não fui eu que enlouqueci e se enlouqueci ao menos não fui sozinho.

O que ocorre, e sabes bem, é que a Palavra da Cruz é loucura. Loucura para quem busca na Cruz o "credo" e então transforma a fé, livre e racional, que se alimenta da Palavra viva, em um agouro, um sortilégio, um "cruz-credo". Porém a maioria religiosa-evangélica-crente (com tantos outros sobrenomes) considera loucura o não-credo (sistemático) e a vida simples no crer em Cristo, fica vazia da "sanidade" religiosa,
restando o julgamento final: *todos os que não crêem no nosso credo são incrédulos*.

Mas a Palavra da Cruz também enlouquece. Aí
Deus escolhe as coisas loucas, não padronizadas e confundem os "almofadados-fariseus" com seus credos e tradições no mesmo pacote de confusão. Pelo visto é dessa loucura que sofres, o que me dá a sensação que não sou só eu o louco (claro que não, há muitos assim por essas bandas).

Dessa forma, amigo Marcelo, nosso "problema" com o evangelicalismo não é de mágoa, é de incompatibilidade. Assim como muitos aqui, tenho toda uma história de "vida evangélica" e ministerial, a qual renunciei por amor a Cristo, a família e
a mim. Hoje sou um louco feliz. Pastoreio sem me sentir "o pastor"; me sinto de Deus sem me sentir " o homem de Deus" (guru ou shaman), prego sem me perceber "pregador", lidero pra servir e, pra alguns, já não sirvo mais pra liderar, mas pela graça de Deus continuo anunciando o Evangelho da Reconciliação.

Meu irmão Marcelo, sua loucura é de Deus, permaneça na insanidade da fé em Cristo.

No amor do Louco de Nazaré ,

Grande abraço.

F.T.
Rio de Janeiro

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