Reflexões de Aniversário – Estação Santos

01 julho 2008

3 ANOS DA ESTAÇÃO DO CAMINHO NA BAIXADA SANTISTA

Por Marcelo Quintela


"QUANDO O SOL BATER NA JANELA DO SEU QUARTO, LEMBRA E VÊ QUE O CAMINHO É UM SÓ..."

Eu até gostaria de ser mais ligado na cronologia dos fatos. Não é o caso. Não me lembro dos aniversários... nem das coisas mais recentes... (Decerto, me esforço para não esquecer a data que minha esposa faz anos e meu aniversário de casamento, pois é dos mais trágicos esquecimentos conjugais, com direito a dormir na sala!

Bom...

Ontem encontrei uma apostila que confeccionei e distribuí a alguns amigos. Na capa se lia: A Doce Revolução - Inverno de 2005

Ali eu disponibilizava os 20 artigos poéticos recém escritos por Caio Fábio e mais algumas informações acerca da minha intenção de arriscar abrir uma Estação do Caminho da Graça aqui na Baixada Santista, a partir de Santos.

Então, folheando a apostila, pensei: "Nossa! Faz quase 3 anos!!!"

Viu? Três anos e eu nem tinha parado para pensar que se passaram três anos! Três anos e eu não parei...
Era inverno. Não sei exatamente o dia e mês... Tenho que consultar a agenda onde registrei os fatos. Mas era inverno.

Todo inverno é assim. A gente acha o inverno bom, e acha ruim também.
Em 2005 não foi diferente. Secaram-se as folhas da minha esperança protestante. Fiz despedidas que não previa e rupturas que não queria. Havia pouco, era Fevereiro de Carnaval, eu havia aceitado a ordenação pastoral em meio a muitos abraços e muito calor. E agora, contudo, a paisagem ministerial era sombria e solitária.

E foi sem abraços que eu fui andar no frio!

Mas o inverno é bom. Precede as flores:
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----- Original Message -----
From: contato@caiofabio.com
To: Marcelo
Sent: Monday, May 30, 2005 2:42 AM
Subject: Re: PASTOR... SUA RESPOSTA É TUDO QUE EU TENHO!

Marcelo, você topa iniciar um Caminho da Graça aí?


Se ligar a uma comunhão?

Ter em mim o mentor desse processo, aqui, aí, onde ele for; enquanto eu mantiver a coerência da mensagem da graça conforme você a ouviu de mim?

Pense, e me responda.

Bjs,


Caio
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Faz três anos que o pastor Caio me convidou de volta para "casa"!

Aqui estou aquecido! E aquecendo a quem puder, aqui e em qualquer lugar... com a Graça de Deus!

Muito obrigado a todos!

Marcelo Quintela

Inverno de 2008


 


O PRIVILÉGIO DE A TUDO ASSISTIR...

No decorrer desses anos, eu vi... Olhos sendo abertos. Cegos enxergando.

Vi olhares desconfiados se iluminando pela Revelação da Palavra.

Vi o brilho nos olhos de quem creu pela primeira vez, como a criança que descobre o quarto dos brinquedos!

Vi paralíticos andando.

Vi o perdão restaurando o caminhar de quem estava paralisado pelo pecado.

Vi muita gente "grande" dando os primeiros passinhos.

Assisti muitos tombos. Assisti os meus próprios. E vi que o braço de Deus não está encolhido que não possa salvar!

Os caminhantes trazem a maca debaixo dos braços em dia de sábado.

É assim que vivem: Nunca se esquecem do que já foram, de modo que, a maca só os faz lembrar da superabundante Graça que lhes alcançou.

É assim que vivem: Gostam de caminhar com a maca em dia de sábado. Até parece que caminham em provocação!

Eu vi mortos ressuscitarem. Sim. Os mortos da religião. Os mortos do "curso desse mundo". Os mortos que o pecado matou antes de morrer! Os mortos da Lei; a Lei os matou.

Eu vi a luz do Perdão entrando pelas frestas da Caverna de Adulão!

"Eu não esqueço..."


Marcelo


 


QUEM FICA NUMA ESTAÇÃO DO CAMINHO DA GRAÇA, ENTÃO?

Uma breve análise...

Desde que o Vento soprou por aqui, muita gente passou pela Estação, a partir da qual um processo saudável de vinculamento tomou início. Até hoje ninguém se vinculou ao lugar como membresia arrolada. Não. O Chamado é para sermos membros uns dos outros. Não acho que uma coisa exclua a outro, acho só que a pedagogia do Evangelho exige que seja assim agora, visto que nossas mentes estão viciadas na institucionalização do Corpo (como se isso fosse possível!).

Obviamente, muitos não se vincularam comunitariamente. Tem quem não consiga fazê-lo sem preenchimentos de fichas e anúncios oficiais, cartas de transferência ou benção pastoral.

Outros tentaram ficar, mas não conseguiram se fixar no Nada, se sustentar sobre a falta absoluta de um chão institucionalizado. Ficaram perdidos sem pilares onde se apoiar, chocados com as colunas da secularidade que nos é típica e que chamam 'profana'. Sentiram-se inseguros sem sacerdotes que os intermediasse, sem vitrais que os inspirassem a mais propícia atmosfera, sem a cultura religiosa que melhor correspondesse à familiaridade de sua cristianização de nascença.

Reconheço que aqui é tudo tão simples que até dá raiva!


Lugar onde as velhas magias, as unções fabricadas e os enredos frouxos não "colam". Não ficaram porque ficaram decepcionados com uma arquitetura ministerial sem degraus. "Como subir se não há degraus?" Não gostaram de serem designados somente 'servos', tendo em vista o vasto currículo do sacro-ofício.

Não se sentiram bem de serem tratados como gente.

Aliás, alguns não gostaram da gente. Não gostam de gente que se pareça com gente sem sentir vergonha disso.

Quem fica numa Estação do Caminho da Graça, então?

Por aqui fica quem já não tem mais perguntas a fazer a Deus, mesmo carecendo de muitas respostas.

Fica quem sabe que é doente, quem sabe que é o menor, que sabe que nada sabe e quem sabe como convém saber!

Fica, acima de tudo, quem sabe que é o principal dos pecadores.

Fica quem não tem mais nada nas mãos para negociar.

Quem compra e vende no templo, não agüenta ficar por aqui não... Não tem sentido, não dá lucro!

Fica quem não tem nenhuma ambição para ficar, fica quem já morreu, fica quem faliu.

Para ficar aqui tem que lembrar que aqui não é um lugar de ficar, senão para servir o próximo que por aqui passa. Sim, aqui ninguém faz carreira, mas todo mundo tem compromisso com a samaritanização do amor de Deus na direção de gente roubada e extorquida pelo caminho da vida.

Quem fica por aqui tem que ter reverência pelo semelhante-tão-diferente, pelo diferente igualmente carente, faminto... humano!

Nesse ambiente de liberdade, ninguém é livre para dominar o povo!

Ninguém tem liberdade para infringir fardos pesados sobre costas alheias.

Onde liberdade e reverência se encontram, legalismos e libertinagens não contam!

Só fica aqui quem morreu para a Lei, e quem não vive mais para o pecado!

É assim que é. E em três assim sendo, já deu para ver que É!

Fique aqui, então.

Na mesma Graça,


Marcelo Quintela
Estação Santos do Caminho da Graça

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O Caminho é uma pessoa, seu nome é Jesus!
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