O que é felicidade?

05 dezembro 2007

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From: CAIO, O QUE É FELICIDADE PARA VOCÊ?
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Sent: Tuesday, December 04, 2007 14:14
Subject:
CAIO, O QUE É FELICIDADE PARA VOCÊ?


Irmão amado, Graça e Paz!


Caio, numa parte tão doente do planeta, tão fixada nas questões sexuais, tão obcecada por "santidade", que é o ocidente cristão, a depressão, dizem, é o mal do mundo moderno.

Minha pergunta é a seguinte: o que é felicidade?

É algo para se alcançar?

É um lugar que não se consegue achar?

É uma ilusão humanista?

É a grande frustração do homem num mundo caído?

O que é felicidade?

Sei que parece uma pergunta simples, mas nossas almas ocidentais, muita vezes se angustiam em buscar a tal felicidade...


Um abração!!!

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Resposta:

Amado mano no Reino: Graça e Paz!


Quando os seres humanos aceitaram a sugestão de que havia algo mais a saber; e saber por si mesmo [Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal]; e não muito a aprender; e quando praticaram o ato de conformação de tal aceitação, consumando e fixando a insatisfação como valor essencial, cristalizou-se em nós a infelicidade da felicidade como algo a se alcançar a qualquer preço, mesmo que a ameaça fosse e seja a morte.

Assim, buscar ser feliz até a morte é a religião da maior devoção humana.

O fruto da Árvore determinou pela sua própria natureza que a fixação humana seria ser como Deus conhecedor do bem e do mal.

Ou seja: o que de fato se estabeleceu em nós não foi o conhecimento essencial do bem e do mal, mas a experiência essencial do mal, e a busca tímida do bem, enquanto o que prevalece em nós é a fixação da busca como um fim em si mesmo.

A proposta dessa busca da Felicidade vem do diabo, a antiga Serpente, e tem no futuro a sua cela de aprisionamento humano; pois que se diz: "Como Deus sereis conhecedores do Bem e do Mal". Desse modo, a coisa a se conhecer, obter e possuir
está sempre no futuro humano.

Além disso, o padrão de tal angustia pela Felicidade é "Deus"; é conhecer como Deus os segredos de todas as coisas boas e más.

O padrão é divino, e a obsessão é controle da existência; pois quem conhece tudo o que é bom e mal nesta vida tem o poder de manipular o mundo inteiro.

Desse modo, a angustia da Felicidade é narcisismo esmagado pelo engano, pelo malogro da Serpente.

Ora, no Ocidente Cristão do Planeta, o impacto dessa busca da Felicidade aprofundou-se em angustia em razão do próprio conhecimento teórico da Queda Humana que existe nas sociedades judaico-cristãs que constituem o Ocidente.

Esta realidade vivida sem a experiência da redenção existencial induz o ser humano, inconscientemente, à busca mais abissal possível desse saber como Deus; chegando ao ponto de ele mesmo, o homem, sentir-se Deus na determinação do bem e do mal, ao mesmo tempo em que se julga pelo que sabe e não pratica para o bem, mas apenas para o mal — daí o correr atrás do próprio rabo numa agonia de cão com coceira na cauda, sendo este o futuro do homem: conhecer seu próprio rabo.

Por isto é que a infelicidade da busca da Felicidade no Planeta é mais aguda onde quer que o "conhecimento" judaico-cristão tenha se estratificado no inconsciente humano.

Infelicidade é querer conhecer [saber, poder, ter] como Deus a fim de ser como Deus.

Felicidade é querer ser em Deus, e conhecer em Deus conforme a Palavra da Vida nos revelar o significado de todas as coisas, gradualmente, e sempre em humildade.

Por isto Jesus disse que o feliz é. Sim! Bem-aventurados são...

Eles não serão. Eles já são.

Assim, felicidade é Hoje, não amanhã.

Os felizes... Não obtiveram, não possuíram, não conquistaram, não se impuseram, não ficaram sabendo de tudo, não puderam não chorar, não conseguiram impor a justiça...

Todavia, eles já são felizes. São bem-aventurados.

Por quê?

Ora, apenas porque desejaram aprender e não saber; quiseram sentir com o coração e não dominar com o conhecimento que controla; ambicionaram ver Deus e não conhecer como Deus; e sem questões aceitaram todas as relatividades da existência, mesmo que sofrendo injustiças e perseguidos pelo capricho da maldade.

O Caminho da Felicidade ensinado por Jesus anda na contramão da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.

Assim, o feliz é perseguido, mas sempre alegre; é oprimido, porém sempre livre; é pobre, ainda que possua tudo; não tem nada, mas vive enriquecendo muitos. Sim! Carrega no corpo o morrer e experimenta no espírito o viver. Posto que se satisfaz em ser em Deus, e almeja ver Deus e ser amigo Dele mais que tudo que seja possível desejar.

Ora, esta é a razão porque é feliz, pois de Deus se pode ser amigo, e pode-se conhecê-Lo pelo amor; porém, quem pode entendê-Lo ou alcançá-Lo? Ou quem consegue ser como Ele?

Desse modo tem-se que dizer que o Projeto de Felicidade Humana é do diabo mesmo!

Tal "felicidade" é narcisista, megalomaníaca, irreal, surtada de ambição de elevação, complexada quanto a si superar [o que equivale a "ser como Deus conhecedor"], e, sobretudo, é infinitamente inalcançável, pois foi criada para ser pura e total frustração.

Felicidade é contentamento em Deus.

Ora, isto só experimenta aquele que quer ser ensinado [humilde]; que anda em mansidão; que chora sem medo; que ama sem reservas; que deseja a justiça mais que qualquer saber; que aceita sobre si as injustiças humanas sem transformá-las em ódio contra os céus; antes, com gratidão caminha e exulta. Sim! Pois é da experiência do existir em e com gratidão [não importando as circunstancias] que nasce o contentamento.

Daí Felicidade ser conhecimento de Deus em amor, não em saber; posto que é a partir de tal realidade experiencial de Deus que as demais áreas da existência encontram em todas as coisas sua herança.


 

Felicidade não é conhecer como Deus [ou nada como Deus], mas sim conhecer Deus como [enquanto] homem; e, por tal conhecimento experiencial de Deus se viver em contentamento, sem nem mesmo ter mais questões sobre o bem e o mal, sobre as trevas e a luz, pois que para quem está em Deus "as trevas e a luz são a mesma coisa".

Felicidade é crer sem duvidar que se é amado por Deus!

O mais dá pra você concluir se concluir com o coração, em fé e amor.


Nele
, Jesus, em Quem sou sempre feliz, até quando estou triste,


Caio

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