Experiência de Deus

06 novembro 2007

Philip Yancey, jornalista, é um dos mais premiados escritores cristãos da atualidade. Em seu livro O Deus (in)visível , você vai encontrar as seguintes afirmações: "buscar o Espírito é como procurar os óculos estando com eles (...) o Espírito é com mais precisão aquilo pelo qual percebemos, não aquilo que percebemos: é quem abre nossos olhos para destacar as realidades espiritu-ais subjacentes". O que ele está dizendo é que a maioria de nós encara a vida como uma laranja, e pensa que Deus é um dos gomos. Funciona mais ou menos da seguinte maneira: assim como interagimos com o trabalho, o lazer, o dinheiro, as pessoas, o corpo, a igreja, e por aí vai, também interagimos com Deus – Deus é uma das nossas interações. Mas esta é uma concepção errada da realidade. O correto é compreender que Deus está por trás de cada uma das nossas interações. Deus está presente em cada uma das realidades com as quais convivemos, e, inclusive nós mesmos, estamos imersos em Deus. Todas as nossas interações são mediadas por Deus. A única relação imediata que temos é com Deus (imediato, do lat. immediatu, que não tem nada de permeio), todas as outras são mediatas (mediato, do lat. mediatu, que está em relação com uma coisa por intermédio de uma terceira; indireto). Isso significa que um sabiá somente fará sentido quando entre nós e ele Deus estiver presente; a seqüência de dias e noites fará sentido apenas quando Deus tomar parte no dia e na noite. O mundo somente faz sentido quando mediado por Deus, quando entre nós e o mundo, Deus estiver no permeio. O encontro com Deus deve ocorrer "não ao lado, dentro ou acima do mundo, mas justamente com o mundo, no mundo e através do mundo. Deus somente é real e significativo para o ser humano se emergir das profundezas de sua própria experiência no mundo com os outros".

O grande problema da maioria dos religiosos é que desejam o relacionamento direto com Deus, sem incluir as realidades criadas por Deus como ambiente da experiência vivencial. Querem se aproximar de Deus sem os sabiás, os filhos, o trabalho, o dinheiro, e tudo o mais, como se pudessem abrir uma gaveta, colocar Deus lá dentro e deixar toda a realidade do lado de fora. Estão no avesso dos materialistas: querem se relacionar com os sabiás, os filhos, o trabalho, o dinheiro, e tudo o mais, deixando Deus de lado. Ambos estão em situação difícil. Para os primeiros, Deus não faz sentido. Para os outros, o mundo é que não faz.

Esta é a grande descoberta e o grande susto do patriarca Jacó após sua experiência espiritual: "Deus estava aqui e eu não sabia". A partir disso deveríamos necessariamente perguntar: onde mais Deus esteve sem que eu o soubesse?, onde mais Deus está sem que eu o saiba?, e, principalmente, por que não fui capaz de perceber Deus estando Ele aqui? As respostas seriam simples: Deus esteve e está em todo lugar, e eu não fui capaz de percebê-lo simplesmente porque não estava a procurá-lo aqui, mas acolá, ou simplesmente porque jamais imaginei que ele pudesse estar aqui, no sabiá, na palmeira, e em mim.

Aquele que deseja experimentar Deus deve se aproximar dele levando consigo os sabiás, as palmeiras e a terra. E quem deseja experimentar a plenitude dos sabiás, das palmeiras e da terra deve se aproximar deles a partir de sua experiência de Deus. Assim, reconciliamos Deus com sua criação, e a criação com o seu Deus.

Ed René Kivitz

Texto extraído do site Galileia


 

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